A Caixinha de escorpiões

Dentro da caixinha vivem 2 escorpiões, muito, muito venenosos, muito perigosos .

Vou mexer, escutou?

Estão aí dentro.

Pegue, estou lhe dando de maneira muito cuidadosa e até carinhosa.

E você aceitou!!!

Por quê?

Eu não disse que eram perigosos?

E agora o que vai fazer com eles?

Não, não aceito de volta, são seus, você aceitou. Não, não pode matá-los. Estão na lista dos bichos em extinção, você será preso, é crime sem fiança. Não, não pode jogar no lixo, pode ferir o lixeiro ou outra pessoa. Não, não pode jogar na grama, pode morder uma criança. O que você vai fazer com ele?

E agora?

Pense.

Desculpe, mas você já fez a “m...” ( desculpe o palavreado, mas falaremos dele depois).

Só porque ofereci de forma gentil? Ou porque você acha que tenho mais conhecimento que você, ou porque sou “autoridade” aqui?

Por quê não questionou?

Por quê aceitou tão passivamente algo que avisei que era perigoso?

Pois é, fazemos isso o tempo todo.

Mas vamos cuidar dos escorpiões. Que tal enviá-los ao Butantã e transformar o seu veneno em antídoto? Aceitamos coisas negativas das pessoas muitas vezes sem questionar só porque gostamos delas, ou porque são nossos pais, professores ou estava escrito.

Precisamos ler, escutar, aprender mas, principalmente, precisamos pensar, questionar, duvidar, ter argumentos ou que os outros tenham para assim, podermos ter boas conversas, discussões, aprimoramento e poder ver as coisas a partir de outros ângulos (lembrem de todos os lados da caixinha).

Podem dizer que sou feia, posso não achar. Não peguei a caixinha, o escorpião não é meu, não me morde.

Podem dizer que sou burra. Tenho certeza que não sou, passe longe com essa caixinha!

Às vezes pegamos exatamente por nossas inseguranças, por acreditar mais nos outros, nas verdade delas e não em nós ou por não nos questionamos sobre quem realmente somos ou o que queremos ser.

Mas se, afinal você foi picado pelo escorpião, faça do seu veneno o seu antídoto, transforme, cresça. E fique esperto, não caia novamente na caixinha bonitinha mas perigosa. Cuidado com presentes com sorrisos bonitos, com conversas que não lhe façam realmente bem. Não aceite o veneno dos outros, mesmo embrulhados e dados de forma tão gentil.